"Um deserto de sal sem fim!"

O Salar de Uyuni é a maior planície salgada do mundo. Está localizado no Departamento de Potosí, no sudoeste da Bolívia, no altiplano andino, a 3.650m de altitude.

Cerca de 40.000 anos atrás, a área era parte do Lago Michin, um gigantesco lago pré-histórico. Quando o lago secou, deixou como remanescentes os atuais lagos Poopó e Uru Uru, e dois grandes desertos salgados, Coipasa (o menor) e o extenso Uyuni. O Salar de Uyuni tem aproximadamente 12.000km² de área, ou seja, é maior que o lago Titicaca, situado na fronteira entre o Peru e a Bolívia e que apresenta aproximadamente 8.300km².

Estima-se que o Salar de Uyuni contenha 10 bilhões de toneladas de sal, das quais menos de 25.000 são extraídas anualmente. Além da extração de sal, o salar também é um importante destino turístico. Seus principais pontos de visitação são o hotel de sal, desativado, e a Ilha do Pescado, com suas formações de recife e os cactos de até 10 metros de altura.

No início de novembro, quando começa o verão, é lar de três espécies sul-americanas de flamingos: o chileno, o andino e o flamingo de James. Os flamingos aparecem no verão pois é quando se inicia o período de chuvas e também quando acontece o descongelamento das geleiras nos Andes que deixa o salar coberto de água, tornando-o um imenso lago com profundidade média de 30cm. Nesse período, ele parece um enorme espelho que se confunde no horizonte com o céu. Assim os passeios ficam restritos a algumas áreas. Entretanto, entre abril e novembro todo o salar fica acessível, pois torna-se um imenso deserto seco com uma paisagem ainda mais exótica.

"No hotel de sal tudo é feito de sal, até as mesas e cadeiras."

O salar é composto por aproximadamente 11 camadas com espessuras que variam entre 2 e 10 metros, sendo a mais externa de 10 metros. A profundidade total é estimada em 10km e é composta de uma mistura de salmoura e barro lacustre. O salar é também uma das maiores reservas de lítio do mundo, além de conter importantes quantidades de potássio, boro e magnésio

A Cidade de  Uyuni foi fundada em 1889 pelo presidente boliviano Aniceto Arce. Por muito tempo antes disso, nenhum ser humano ousou ocupar as áridas terras do sudoeste boliviano. Somente na metade do século 15, os incas teriam tentado colonizar a região, mas o terreno inóspito e o clima ruim, aliados aos ataques de ferozes grupos de índios araucanos, que viram seu território ao norte do Chile sob ameaça, fizeram com que apenas fixassem a fronteira sul do seu império por ali e voltassem para Cusco. A maioria da população de Uyuni, hoje, trabalha para o governo boliviano em postos de saúde ou do Exército, em minas ou em projetos geotérmicos, sendo que o turismo está ganhando cada vez mais importância para a sobrevivência da cidade, com várias pequenas agências de viagem organizando excursões pelas redondezas e uma hotelaria em desenvolvimento, ainda que básica.

"4x4 é fundamental por ali."

Ruas de terra, largas e de pouco movimento, sofrendo com a ação do vento, frio ou sol, dão a Uyuni uma aparência de povoado perdido no meio do nada - ou, no caso, do deserto. Com 11 mil habitantes e pouco mais de 1 Km de raio, dista 220 Km de Potosí por íngremes estradas de terra. A cidade acampa um quartel do Exército e abriga um cemitério de trens, mas é a proximidade com o fantástico Salar de Uyuni e a belíssima região da província de Sud Upez que a põe no mapa, atraindo viajantes de todo o mundo.

A avenida principal, Potosí, concentra a maior parte do comércio, inclusive o Mercado Municipal, motivo pelo qual também é conhecida como Av. dei Mercado. Perpendicular a ela fica a Av. Arce, que parte da estação ferroviária e cruza a Plaza Arce, a praça principal, até a torre do relógio, já na esquina da Arce com a Potosí, A igreja fica em frente à torre, do outro lado da Av. Potosí, e ambas são bons referenciais, justamente no cruzamento das duas principais avenidas da cidade.

"Retrato de um lugar hostil."

Salar de Uyuni, - a 20 Km da cidade de Uyuni, é o maior da Terra, com uma área plana de 12 mil KM2, a 3.600m de altitude, recheada de puro sal. No inverno, de maio a novembro, pode-se rodar por mais de 100 Km em linha reta, deslizando em uma verdadeira mesa, plana, toda branca de sal. A tensão provocada pelas mudanças de temperatura desta crosta produz formas hexagonais no solo, como se fossem ladrilhos enormes. Nesses meses em que está seco e ensolarado, o contraste do branco salar com o azul celestial é fascinante - e óculos escuros é essencial. Aos que viajam no período em que está alagado, a experiência pode ser ainda mais impressionante. No verão, de dezembro a abril, as águas escorrem pelos Andes e formam um lago de 5 a 50 cm de altura sobre o chão de sal. Nesses momentos tudo o que está no céu, até a linha do horizonte, é refletido - das montanhas que emolduram o cenário, aos veículos 4x4 que desbravam o local, formando um absurdo e espetacular espelho gigante. Tudo parece flutuar, especialmente as ilhas observadas ao longe. Mas se estiver chovendo muito (mais comum em dezembro e janeiro) o passeio pode não rolar. 0 ideal é quando há apenas um pouco de água mas já com sol (abril e maio, apesar do clima estar mudando constantemente). Não hesite em tirar os sapatos e caminhar por esta rara paisagem sul-americana.

Hotel de Sal -  Paredes, piso, teto, até as camas - todo o hotel foi construído com puros blocos de sal. Na entrada, uma pequena praia de areia branquinha que parece sal. E é mesmo. Mesinhas de sal com cadeirinhas de sal ali dispostas para relaxar e tomar uma cerveja. Esta, sem sal. Chamado Hotel de Sal Playa Bianca, fica dentro do Salar de Uyuni a cerca de 30 minutos de Colchani, e tem cinco quartos básicos com banheiros compartilhados. -Sobre as camas, uma colcha de pele de lhama completa o clima.

 

Ilha del Pescado - Mais adiante, seguindo a oeste e quase no meio do Salar, encontra-se a Islã de] Pescado, um ecossistema fechado onde nascem cactus gigantes e vivem pequenos animais. Você Pode fazer caminhadas pelas trilhas da ilha e curtir uma praia de mar de sal. Na época de chuvas, quando o salar pode ficar alagado, muitos tours não vêm até aqui, chegando somente até o Hotel de Sal.

Sud Lipez  - Rumando ao sul e deixando o Salar para irás, entra-se numa grande extensão de areia dourada, cercada de distantes montanhas, na região de Sud Lipez. A forte presença de sulfur (enxofre) nessas montanhas produz um efeito degradê de cores, da terra ao mostarda, como se pintadas em pastei a óleo. É o Desierto de Siloli. Cruzá-lo é encantar-se com a vastidão de areia e as belezas das rochas esculpidas pelo vento, como a Ãrbol de Piedra, ou árvore de pedra, um monumento imperdível para parar, apreciar e fotografar. Logo a seguir, chega-se a uma impressionante lagoa de águas vermelhas que parece um caldeirão de ácido, a Laguna Colorada. A profundidade é pouca, no máximo 80cm, e a cor varia durante o dia, devido aos pigmentos das algas locais. A Laguna abriga colônias de milhares de flamingos das espécies Chilena, Andina e James, esta última bastante rara, em uma concentração enorme observada de uma margem à outra, sempre em bandos. Em algumas partes, como nas proximidades do acampamento existente no local, grandes placas de gesso, bórax e sal formam estruturas parecidas com icebergs. Você pode caminhar por eles para mais uma vez ter a sensação de estar em outro mundo. 0 percurso continua rumo ao sul, passando pelo Sol de Mafiana, uma área de gêiseres, gases quentes que brotam do solo, expelindo fumaça na direção do céu. Mais abaixo, no pé do Cerro Polques, você pode parar para tomar um banho nas Termas de Chalviri, cuja temperatura das águas. alcança os 30'C. Prosseguindo, uma nova entrada por desertos, vendo pedras gigantescas espalhadas pela areia, como se jogadas por um gigante, as Rocas de Dalí. Os nativos gostam de contar que o pintor catalão Salvador Dali inspirou-se nessa paisagem, e assim batizaram o local com seu nome.

"O cemitério de trens."

Já quase chegando no Chile, ao pé do Vulcão Licancabur," estende-se a Laguna Verde, a 4.400m de altitude, que fica de cor esmeralda quando o vento da manhã começa a soprar. Ligada a ela está a Laguna Bianca que muda de cor, entre azul claro e branco, também de acordo com o vento. Com equipamento e disposição adequados, pode-se subir o Licancabur, com seus 5.868m, para encontrar uma lagoa também verde em sua cratera. Lá, antigos povos atacamenhos faziam oferendas aos deuses. Ambas as lagunas têm águas tão geladas que chegam a inacreditáveis -20oC, sem congelar. Isso ocorre devido ao vento incessante na superfície e à presença de minerais pesados na sua composição, como enxofre e carbonato de cálcio. Nas margens da Laguna Bianca existe um acampamento que vende água e biscoitos e cobra US$3 por pessoa para quartos de três beliches. É básico, muito frio, não tem ducha e os banheiros ficam do lado de fora. Você pode cozinhar no fogão à lenha, o que é uma ótima pedida para se esquentar, caso pretenda passar a noite. Este local é o ponto de troca ~e veículos de quem vai pro Chile .

 

Dicas de GUSTAVO VIVACQUA

1.Não compre objetos com cinzeiros e esculturas feitas com sal, porque quando você chegar no Brasil elas vão derreter com a umidade.

2.Em Uyuni existem diversas agencias que fazem o passeio. Você consegue alguma com até um dia de antecedência. Dê uma verificada no carro antes de ir que a maioria está caindo aos pedaço e quebram no caminho com freqüência.

3.Existe a possibilidade do GPS pifar nesse lugar. Me avisaram , achei que era sacanagem e descobri que era verdade, porque o meu pifou. Dizem que tem muito litium no subsolo do salar e as baterias descarregam das maquinas de filmar e das maquinas fotográficas. Até a bateria do carro arria rápido, por isso carregue bem as baterias antes do passeio.

4.Não entre numa de sair dirigindo feito um aloprado pelo salar sem orientação. No meio do deserto o carro pode afundar em uma parte mais fofa de  sal e você vai ficar lá para sempre. Lembre-se que muita gente já morreu nesse deserto tentando atravessa-lo na doideira.

5.Na cidade sempre falta água. Se não faltar ...dê graças a Deus. Tome seu banho rapinho e guarde um balde com água no quarto para se garantir.

6.As vezes cai uma chuva de granizo e a cidade fica toda branquinha, parecendo que tem neve nas ruas.

7.Coma o charque de lhama con quinua. É tipo uma carne de sol.

8.A cidade não tem grandes atrações noturnas, por isso aproveite bem durante o dia.

9.Visite o cemitério de trens. Eles ficam abandonados no meio do deserto.

10.No salar visite o Hotel de Sal. Ele é todinho feito de sal, até as cadeiras e mesas.

11.Visite também  a Isla del Pescado, as Lagoas Honda, Verde e Colorada, além das Termas de Chalviri.

12.Se tiver tempo faça o passeio até o Deserto de Atacama.

13.Uyni é mais bonita no inverno quando o salar está seco. No verão chove muito e o salar vira uma imensa lagoa com 2 dedos de profundidade.

14.Peça para algum guia te levar para ver as múmias que ficam em um vila abandonada.

15.Leve óculos escuros, pois é tudo muito branco. Um protetor solar também cai bem.

16.Leve sempre água de beber para qualquer lugar.

17.O melhor do Salar é pegar uma agência que te cobrará um valor bem interessante (paguei 80 dólares) por 3 dias de passeio com hospedagem em uns lugares fantásticos, muito rústicos. Indo nas Lagunas Verde, Colorada, etc..., no deserto de salar, no vulcão, e no último dia encerra o passeio vendo o nascer do sol há cerca de 4500 m de altitude dentro de uma lagoa térmica, eu até pensei que eu fosse pegar um choque térmico pela temperatura ambiente ser bem baixa, mas foi fantástico!! A dica mesmo é... se puder fazer o passeio de 4 dias faça, infelizmente não tive tempo suficiente. É isso!! abraços!Caio César Teixeira Barbosa
 

 

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