Nossa estadia em Lima foi super maneira.  Ficamos em Miraflores, o bairro mais legal da cidade, e que nada tem a ver com o resto .... que é bem tumultuada.

Em Miraflores estão diversos bares bacanas e lembra muito os melhores bairros do Rio.

Lima fica em cima de uma falésia na qual a galera do parapente voa todos os dias.  

Eles decolam e pousam sempre no mesmo lugar após percorrerem cerca de cinco kilometros ao longo do barranco. Em troca de alguns dólares é possível fazer um vôo duplo com os caras.

Na praia, que é de cascalho e não de areia como conhecemos, as ondas fazem um barulho ensurdecedor e são muito boas para o surfe.

Há um shopping chamado Larcomar, que fica debruçado na falésia. Ele é ao ar livre, pois nunca chove na cidade. Super bacana!

Fomos na Calle das Pizzas, uma rua só para pedestres, com diversos bares maneiros para tomar umas geladas e comer comidas de todos os tipos. Ali os garçons, que aqui são chamados de mozos,  disputam agressivamente as pessoas que passam no local.

No caminho cruzamos com um peruano limpando o “Kú” e tivemos um comprido ataque de riso.

Sair de Lima não é fácil. O transito é pesado, os motoristas buzinam muito e a direção é bem mais agressiva que no Brasil, por incrível que pareça. Demoramos mais 2 horas para nos livrar de Lima e conseguir chegar na Panamericana. Nosso destino era Caral, as ruínas da civilização mais antiga das Américas, mas escureceu e tivemos que parar em Huacho para dormir.

 

Descolamos um estacionamento tranqüilo que tinha até banheiro limpo e banho. Dormimos dentro do Farofamóvel. A noite foi super tranquila. Na manhã seguinte acordei com o barulho de um carro que não conseguia ligar. Esse problema é comum aqui no Peru. Me senti na obrigação de dar uma força pro cara, e depois de algumas tentativas frustradas com o "Starter"" fizemos uma chupeta e o carro pegou.

Nossa próxima parada seria Caral. Saímos da Panamericana e entramos 25 km em direção à Leste.

Passamos por algumas plantações onde as tcholas faziam a colheita. Parei o carro pra tirar a foto de uma simpática senhora com seus cachorros. Caral é realmente surpreendente e ainda está em fase de escavação. A cidade foi descoberta por uma peruana chamada Ruth Shady em 1994, e suas primeiras escavaçoes foram financiadas pela National Geografic. Em 2003 foi aberta para a visitação e há menos de 2 meses foi declarada patrimônio da humanidade. Existem oito pirâmides ali.

A cidade é datada de 3000 antes de Cristo, ou seja , tem aproximadamente 5000 anos! Nesta época as pirâmides do Egito ainda estavam sendo construídas! 

Em toda história, apenas a Mesopotâmia e o Egito são mais antigos que Caral. É nessas horas que a gente fica irado com as besteiras que nos ensinam na escola. Cristovão Colombo não descobriu nada e chegou aqui por engano. Américo Vespúcio idem. Pedro Alvares Cabral estava mais perdido que cego em tiroteio. O cara chamou a galera local de índio porque achou que tinha chegado na Índia... que mongol...

É realmente estranho povos tão distantes como Caral e Egito terem a mesma idéia de construir pirâmides durante a mesma época. Muito tempo depois vieram os Astecas, Maias e o povo Pré Inca peruano. Sempre nessa paranóia de fazer pirâmides. Saímos de Caral depois de uma bela aula de história dada pelo nosso guia Mauro e partimos para Huanchaco.

Huanchado é a cidade mais bacana de todo o Peru. Tranquila, praia agradável e cheia de restaurantes na orla.

Gente simpática e de fácil conversa. Boas ondas...

Aqui estão os Cabalittos de Totora, as primeira pranchas de surfe que já existiram. Muito mais antigas que as havaianas e são usadas aqui há mais de 3000 anos pelos pescadores.

 Eles continuam pescando nelas até hoje!

'Numa noite enquanto dávamos nosso passeio noturno com o Tapa apareceu uma moça em uma bicicleta e perguntou:

-É labrador?

-Tenho uma labradora que está no cio. Quer colocar para cruzar?

Olhei pro Tapa e ele ficou com uma cara de: - Por favor, por favor!!!

-Claro! Vamos nessa!

-Vou chamar meu namorado para dar uma olhada nele. Os filhos vão ser dele, ok?

-Beleza!

10 minutos depois aparecem os dois na pousada. O cara bateu o olho no fedorento e disse:

-É esse mesmo! Eu tenho dois candidatos, mas este é muy hermoso!

-Vamos agora?

-AGORA!

O nome da moça é Chana e o cara se chama Jorge, mas é conhecido na área por Jorgito.  A cadela é uma doce labradora amarela chamada Coqueta, que significa exibida. O   Tapa bateu o olho na Coqueta e sem delongas partiu pro estupro. Desesperada ela deu um drible a la Garrincha , correu para dentro da casa e entrou embaixo da cama.  O Tapa desesperado entrou também e a cama começou a quicar no estilo Poltergaist. Foi engraçado.

Tiramos os 2 dali e o pau quebrou no quintal. Não demorou 20 segundos e o Tapa tinha encerrado o serviço. Agora teríamos mais vinte minutos de espera para os dois desengancharem, pois o pênis do cachorro incha e fica cravado dentro da cadela.

Tomamos um vinho para comemorar os futuros filhos dos nossos cachorros. Chana é maneira e já foi pro Brasil. Perguntou se o nome era Tapa por causa da musica “Dói um Tapinha não dói ...”. Expliquei que não tinha nada a ver e rimos um bocado.

Ela perguntou se podia emprestar o Tapa nos dias seguintes e claro que concordei. Fazem três dias que o Tapa está internado lá e só pego o fedido no fim do dia. No dia seguinte desovei o Tapa na casa da Chana e fui com a Ana comer um "cebiche" peruano curtindo o visual do fim de tarde.

 Afinal, ficar vendo cachorro transar não é o melhor dos programas.

No Oceano Pacifico o sol mergulha no mar no fim de tarde. É bonito demais.

Fomos pegar o Tapa e Chana nos esperava com uma comida chinesa deliciosa feita por ela. Depois fomos pro Restaurate El Veleiro onde ela trabalha e tomamos várias cervejas com a Monica, dona do local. Mônica é super engraçada e aprendeu a falar português no Japão com umas nisseis! Rimos muito das gírias que ela sabe.

As duas sabiam o nome de todos os cachorros da cidade, que são vários, e tudo sobre a vida de cada um. Em Huanchaco todo mundo tem cachorro e é possível vê-los até andando de ônibus com a cabeça pela janela. No começo de dezembro nascem os filhos do Tapa. Tenho a certeza cristalina que serão uns doze doidos desesperados e vão aprontar muita bagunça por aqui.

O Tapa agora está se achando o rei da cocada preta e quer cruzar com tudo que se mexe e faz força para não entrar no carro na hora de ir embora.

 

 Se ele já era doido varrido, agora ele é um doido varrido tarado. Eu tô ferrado.

E Viagensmaneiras segue em frente espalhando cachorros malucos pelo mundo...

..: BASTIDORES :: + FOTOS:..

Comidas e bebidas maneiras

Continuamos nossa subida para o norte do país e não deixamos de comer as deliciosas “conchas a la parmegianna”. Embora o ingrediente principal do prato seja sempre o mesmo, a forma de preparo e de cultivo das conchas modifica, e muito, o sabor destas. Em nossa experiência só melhorou ... antes havíamos provado as “conchitas” no sul do país, em Nazca. Agora, devoramos essas delicias do pacífico mais ao norte, em Paracas, e o sabor foi um pouco mais intenso. Acredito que tenha sido a pimenta utilizada no tempero. Simplesmente divinas!!

Outra delícia do mar a qual você precisa comer por aqui é o “Pulpo A La Plancha”, polvo feito na chapa, acompanhado por salada e batata frita. É um prato que pode até comer no Brasil, mas experimentá-lo aqui tem um charme a mais.

Se você gosta de “junkie food”, aqui no Peru, no Mac Donalds especificamente, há molhos que não são servidos no Brasil. Eles oferecem como “aderezos para ensaladas” azeite, vinagre e vinagre de “manzana”, ou maçã.

Além de “ají amarillo”, a famosa pimenta peruana amarela, o “ají huacatay”, também pimenta e especialmente preparada para comer com batatas, “relish”, doce de pepino, e o “rocotto”, um forte tempero, parecido com pimenta, cultivado nos Andes. Esses temperos são bem fortes e vão deixar seu sanduba diferente.

Para os cervejeiros de plantão, experimentamos uma “cerveza’ local do Peru chamada Franca. É forte, encorpada e gostosa de beber na hora... mas no dia seguinte a ressaca pega.

Em Lima, tivemos uma deliciosa surpresa ao nos depararmos com um enorme e excelente supermercado.

Nele havia uma grande variedade de produtos importados e os preços não estavam tão altos. Frutos do mar aos montes, carnes já cortadas e embaladas, tudo muito limpo e organizado.

Frutas, verduras e legumes fresquinhos... super bonito de se ver, e comer hehehe.

Segue uma receitinha de “Pulpo a La Plancha’ que aprendi por aqui ...

- Ingredientes:

. 1 kg e ½ de polvo;

. Azeite de oliva;

. 03 alhos picados;

. Salsinha picada

- Sal a gosto

- ½ kg de batatas

- Como fazer?

Esquentar a chapa a fogo médio colocando um pouco do azeito de oliva. Quando estiver quente, acrescentar os polvos aos poucos, revirando-os, para que não queimem. Coloque o sal a gosto.

Quando fritos, acrescentar o alho e a salsinha.

Pronto! É só servir!

Você pode escolher como acompanhamento salada, arroz, batata frita ou cozida.

Buen Apetito!

 

Recados

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