Enfim o Farofamóvel chegou intacto à Miami. Desmontá-lo foi mole, mas montar de novo deu um pouco mais de trabalho.
Aproveitamos para desmontar a cabine para tirar uma goteira da parte hidráulica. Tiramos de letra e a Ana já tem a manha de trabalhar com as ferramentas. De vez em quando a gente tira a cama de dentro do carro para retirar a pentelhada negra do Tapa. É muito pentelho. Muito. Pentelho demais.
Já estava na hora de trocar as pastilhas de freio do Farofamóvel. Depois de infinitas descidas pelos Andes, elas estavam gastas.
Para minha surpresa não existe essa Hilux nos EUA. Ela é proibida aqui, por ser a diesel. Esse carro é pequeno para ser a diesel nos EUA.
E acredite, o Farofamóvel, um carro que tem “apenas” 3 metros de altura é realmente um carrinho júnior nos EUA. O pessoal aqui é megalomaníaco.
Descobrimos que tem uma Toyota chamada ”Tacoma” que usa a mesma pastilha de freio e resolvemos o problema.
Depois a missão foi trocar o óleo. E como o óleo é diferente nos carros a diesel, tivemos que catar um lugar que topasse fazer isso. Encontramos um lugar chamado Jiffy Lube, onde os caras trocaram o óleo, o filtro, revisaram todos os fluidos, aspiraram o interior e encheram os pneus. Tudo isso em apenas 6 minutos. Impressionante! Na hora de entrar no carro eles colocaram um tapete vermelho no chão para mim e para Ana entrarmos no carro, e desejaram sucesso na viagem.
Fomos encher o tanque, e o sinal verde para a liberdade estava aceso novamente.
Pegamos uma estrada incrível, com mais de 40 km de pontes que ligam as Floridas Keys, um arquipélago com mais de 1700 ilhas. Passamos “voando” por aquele mar absolutamente transparente.
As primeiras pontes foram construídas em 1920, mas em 1945 o pior furacão da história dos EUA quebrou tudo e inundou as ilhas. Os restos desta primeira ponte ainda ligam as ilhas.
Depois de 3 horas de viagem chegamos a Key West, a mais famosa das Keys, e o ponto mais meridional dos EUA.
A cidade é toda bonitinha, com casinhas de madeira que parecem de brinquedo.
E muitos, muitos bares pra galera encher a cara.
Acampamos em um camping bem maneiro, com uma excelente infra-estrutura.
Tinha até marina pros campistas.
Acordamos com o estrondo de caças militares pousando em uma base militar que ficava do outro lado do canal.
Os primeiros 10 aviões eu achei bacana. Mas depois que o número 51 pousou e ainda tinham mais uns 40 para pousar comecei a ficar bolado com aquele estrondo sem fim.
Os americanos acampam com uma estrutura animal. 99% deles acampam em motorhomes, e 95% destes são de luxo. Dentro dessas casas sobre rodas tem tudo: 4 ar condicionados, desktops com monitores de 40 polegadas e Tvs de plasma gigantes.
Do lado de fora antenas de TV por satélite e...
jardins decorados com árvores de natal e outras firulas.
Até capa nos pneus eles colocam. No meu planeta, pneu dorme dentro de um buraco cheio de lama.
Os americanos são maneiros e conversadores. Puxam conversa sempre, querem saber do carro, da viagem e fazem dezenas de perguntas todos os dias.
Acham o projeto do Farofamovel “perfeito, compacto e inteligente.” Convidam para tomar cerveja e são muito simpáticos com a gente.
Fomos à praia dar uma "pescoçada".
A água é branca!
Cuba é pertinho daqui, menos de 90 milhas.
Demos um mergulho naquela praia linda.
Um calor de matar.
Esculturas gigantescas enfeitam a cidade.
A Ana se protegeu do sol embaixo de uma árvore absurdamente enorme.
Key West é muito alto astral.
Aqui cachorro pode tudo. Entra no supermercado, nos hotéis, nos restaurantes, nas boates. O Tapa está sendo muito bajulado. Todo muito quer fazer carinho, dar abraço e beijo no fedorento. Na verdade, metade da população americana tem labrador negro. A outra metade tem labrador amarelo.
Inconformado com poucas coisas proibidas para fazer, o Mr. Esculhambação invadiu um barco, sentou no banco do motorista e ficou aguardando alguém ligar o motor para levá-lo para passear. Desesperado, supliquei para que o sacana saísse do barco alheio. Depois de fazer um doce, ameaçou um mergulho e voltou ao píer. O pessoal do restaurante do cais, às gargalhadas, adorou o nosso desespero.
Todos os dias tem a "Sunset Celebration", onde o pessoal se reúne na Mallory Square para comemorar o por do sol.
Que é lindo, lindo, lindo.
O programa é ficar tomando uns drinks vendo aquele espetáculo...
Em um restaurante debruçado no píer.
Neguinho toma cerveja direto, neste que é o lugar menos careta da América do Norte.
Depois que o sol mergulha no mar, os artista de rua dão seus shows pirotécnicos...
... e musicais como o "Homem Banda" que toca tudo sozinho.
E aí começa a night. Que é alucinante. Bares lotados com gente de todas as idades tomando cerveja juntos e cantando com seus copos levantados, e campeonatos de quem vira a cerveja mais rápido acontecem a todo instante. Vimos um malandro que se auto denominava “Mister Holiday Nights” virar um copão de cerveja negra de meio litro com tequila em 2 segundos. Enquanto isso uma noiva fazia sua festa de despedida de solteira com uma piroca inflável de 1 metro embaixo do suvaco. Essa maluca distribuia argolas para ver quem acertava na “piroca” dela. Noite alto astral, cheia de gente engraçada.
Tinha um bar que era permitido entrar pelado... roupa era opcional.
Tentamos ir embora, mas acabamos rendidos pelo mar cristalino e paramos para acampar em Key Largo, uma outra ilha.
Paramos o carro na areia.
A 3 metros da água transparente.
E lá veio mais um por do sol maravilhoso.
Difícil de esquecer...
... foi bom demais acampar naquele lugar lindo.
E caiu a noite.
Foi aí que começou um espetáculo inesperado: uma chuva de estrelas cadentes rasgaram o céus em intervalos de segundos. Foi demais! Eu nunca tinha visto um evento celeste tão maravilhoso.
Acordamos e tentamos ir embora novamente...
....tentamos... mas não conseguimos....
...e acampamos numa outra Key, desta vez em Key Largo.
Um bom lugar para fazer aquele churrasquinho "sabido".
E finalmente, partimos para o Everglades...
... um pântano sem graça e meio caído.
E cortamos todo o Everglades em uma estrada com mais de um milhão de crocodilos em direção à Tampa e depois Orlando.
Lá vamos visitar os parques temáticos como Bush Gardens, Disney, Epcot e outros.
E "vamo que vamo".
Comidas e bebidas maneiras |
Fazer compras de supermercado nos EUA é uma beleza... os preços não são nada baratos, mas são tantas coisas diferentes, de diversas marcas que dá pra ficar horas só “viajando” nos produtos, uma tentação! Nosso agente aduanal em Miami indicou o Publix para fazer compras, pois segundo ele é o mais barato no estado da Flórida. E lá fomos nós... maravilha de supermercado! Variedade de produtos, inclusive de preço, tudo muito organizado e limpo, show de bola! É verdade que no Brasil temos produtos importados e bons, mas ainda está longe de ter a variedade que encontramos aqui. Fica a dica então para quem vier e precisar fazer compras. A cultura do “fast food” nos EUA é muito forte, e é praticamente impossível falar sobre o modo como as pessoas vivem sem tocar neste assunto. A parte mais ‘triste” de tudo é entrar num Mac Donalds e ver uma mãe dar a seu filho, de apenas 1 ano, batata frita e coca-cola. E não se trata de falta de informação, pois aqui todos tem acesso a ela, mas sim de preguiça e comodidade por ter tudo ali tão fácil. Esse deve ser um dos motivos do aumento impressionante de obesidade mórbida no país, dentre outros graves problemas de saúde. Uma pena! E depois a enxurrada de comerciais na televisão vendendo remédios para rápida perda de peso, colesterol alto, triglicerídeos etc etc etc... Curtimos Key West pra caramba! Que lugar agradável e bonito. Como diz nosso livro de cabeceira “1000 lugares para conhecer antes de morrer” trata-se de uma cidade insular “extravagante, amalucada, despreocupada e boêmia”. Para nós é tudo isso e mais um pouco. Uma das principais atrações é tomar uma cervejinha no animado bar “Sloppy Joe´s”, na principal rua da cidade, a Duval Street. Ali rola música ao vivo quase a noite toda e as pessoas se divertem como se fosse a última noite de suas vidas, e nós fizemos o mesmo, hehehe!
Outra atração importante da cidade é a “Key Lime Pie”, ou torta de limão de Key (Key são todas as ilhas do sul da Flórida). Nós não comemos, pois doces não estão entrando no nosso cardápio, mas quem vier e puder comer doce, não perca! Dizem que é deliciosa e tem lojas especializadas que vendem somente essas tortas em formatos variados! A bebida oficial de Key West é a “Margarita”, e o lema oficial é “tudo é perimitido”. É vir e se divertir! No dia em que chegamos a Key West ficamos num camping super bacana e lá comemoramos a primeira estrada do farofamóvel nos EUA!
E como comemoração precisa ter cerveja, tomei a Key West! Leve e deliciosa...
e para acompanhá-la, camarão!! Bom demais!! Carne vermelha nos EUA é coisa de gente rica, muita rica. Para ter uma idéia, um pedaço pequeno de picanha, custa o equivalente a R$ 100,00? Isso mesmo R$ 100,00. Por isso, é muito comum em todo o país, como vemos nos filmes, americanos fazendo seus churrascos com carne de hambúrguer! E eles também comem muita carne de porco, e é mais fácil encontrar carne de porco pra vender do que carne vermelha. Por isso, nós brasileiros temos que nos sentir privilegiados em podermos comer um churrasquinho de primeira, com muita picanha, maminha, lingüiça, enfim, tudo o que nós sabemos. Por que por aqui, o buraco é mais embaixo, beeeem mais embaixo, hehehe! Continuem acompanhando nossos últimos momentos de aventura do ano de 2009, pois 2010 está quase aí! Que venha!!!!
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