Depois que saímos de Bogotá nossa parada foi a cidade de Tunja.

Para nossa sorte estava tendo uma festa na cidade com comidas e musicas típicas. O povo local em Tunja tem muitos índios com cabelo trançado estilo “Maria Chiquinha” e outros que se vestem como os cowboys mexicanos. Faroeste legal...

Tinham barracas de churrasco de lingüiça com batatas e outras com doces típicos, muito parecidos com os que se vendem em festas juninas no Brasil. Era o colesterol andando de mãos dadas com a diabetes.

Chapéus bem bonitos e redes de todas as cores são vendidos pelo povo indígena da região.

Partimos então em direção a Buracamanga, deixando para trás essa cidade de estilo colonial. Daqui até Caracas haveriam centenas de duras policiais e militares, já que essa rota é famosa pelo constante tráfico de drogas ilegais.

Passamos com relativa pressa pelas belas paisagens das montanhas colombianas. Infelizmente não foi possível parar para curtir nada. Ninguém vacila e fica de bobeira nessas montanhas.

Paramos para dormir em Bucaramanga, que é uma cidade sem graça onde existe o mini-micro-onibus-anão ...

... e prédios esquisitos que parecem ter sido construídos para passarinhos.

Na Colômbia os motoqueiros são obrigados a usar um colete e um capacete com a placa da moto que dirigem. Assim fica fácil identificá-los.

Nas estradas o governo pinta uma estrela negra com um friso amarelo em todos os lugares onde já existiram acidentes de trânsito com mortes. As estradas são cheias delas e até que são boas, pois alertam os motoristas do perigo eminente.

À medida que a fronteira venezuelana se aproximava os tonéis com combustível barato apareciam com mais constância no acostamento. A Venezuela tem o combustível mais barato do mundo, menos de 5 centavos de Real o litro!

Na aduana levamos uma dura dos cães da Guarda Nacional Venezuelana. São vários labradores amarelos com uniforme vermelho. Eles entraram no Farofamovel em busca de drogas. O Tapa, ao ver um cachorro estranho entrando na casa dele, ficou putasso e quis partir pra porrada. Quase que o fedorento nos meteu em sérios apuros.

Do lado venezuelano o calor apertou. Aqui em cima é quente demais e o Tapa ganhou uma chuverada  todo dia para se refrescar.

Como sabíamos que o diesel era uma mixaria na Venezuela ficamos adiando colocar combustível na Colombia e nos ferramos. Na fronteira não tinha diesel e a cidade mais próxima, San Cristobal ficava a uns 60 km de distância.

E lá fomos nós com o ponteiro na reserva aproveitando todas as “banguelas” possíveis. Passamos por diversos carros antigos com motores enormes e bebedores. Na Venezuela ter um carro que bebe 2 km/litro não é problema. Gasolina é 100 vezes mais barato que água (não é exagero).

Chegando lá, o diesel era artigo de luxo e todos os postos tinham filas enormes com o exercito controlando a fila.

Pegamos uma fila e depois de uma hora esperando, o combustível do posto acabou. Foi decepcionante. Deixamos o perrengue pro dia seguinte e fomos procurar um hotel.

Para nossa surpresa tudo está caríssimo na Venezuela. Só o combustível é barato, nada mais.

Quatro dias depois de partirmos de  San Cristobal entrou um mega tornado e arrebentou a cidade toda. Parece que foi o primeiro tornado da historia na Venezuela... mudanças climáticas...

Partimos então para Caracas com escala em Barinas. Passamos por belas paisagens amazônicas e estradas excelentes. Todos os pedágios foram desativados para nossa alegria.

Os venezuelanos dirigem em alta velocidade, de forma agressiva, buzinam muito e não dão passagem nem pro Papa. É um saco.

Chegamos a Caracas e ficamos assustados com os preços. Caracas é uma cidade caríssima, sem dúvida a cidade mais cara da América do Sul.

Um hotel maneiro aqui chega a custar R$850 e um meio caído R$200. Gasta-se R$100 fácil no Mc Donalds!

Você chega aqui e....

-Caraca! R$200,00 reais nesse hotel caído?

-Caraca! R$90,00 em um prato de espaguete!

-Caraca! Gastamos quase R$1.000,00 com os documentos do Tapa!

Por isso que a cidade se chama Caracas. Todo mundo chega aqui e fica impressionado com os preços e grita:

-Caraca!

1 dólar vale cerca de 2 Bolivares Fortes no mercado formal, mas no mercado negro vale 5 Bolivares Fortes. Por isso é bem mais barato trazer dólares do que sacar com cartão de débito ou pagar com cartão de crédito.

Em 1996, vim a Venezuela e lembro que uma cerveja Polar custava o equivalente a R$0,30 ... era muito barato. Hoje a mesma cervejinha long neck Polar custa R$8,00!

Ficamos hospedados por 5 dias em um dos melhores hotéis de Caracas, o Hotel President. Lá fomos muito bem recebidos por Mary Luz e Roger.

Mary Luz foi uma anfitriã “5 estrelas" e nos ajudou em tudo que foi necessário. Roger é o Chef do Restaurant Rialto e o cara arrebenta na cozinha.

Na coluna Comidas e Bebidas maneiras tem um vídeo dele...

... e a Ana conta o resto...

Comidas e bebidas maneiras

Em nossa primeira semana na Venezuela ficamos hospedados no grandioso Hotel President, em Caracas, e demos sorte, pois o “Chef de Cuisine”, Roger Moreyra A., preparou pratos deliciosos para nós dois provarmos. Não são comidas tipicamente venezuelanas, mas não podemos deixar de mostrar, pois a cozinha é uma área super valorizada por lá, e todos os itens do cardápio, assim como tudo do Buffet do café da manha e até algumas verduras são cultivadas por eles.

Um exemplo de uma verdura cultivada por lá é o “radicchio”, de origem italiana, e pertence à família da rúcula. Com sabor amargo, eles a utilizam para o preparo de pratos com saladas e outras coisas gostosas. Nós adoramos!

 

Para começar nosso delicioso almoço, Roger nos preparou uma deliciosa “ensalada mixta” com radicchio, cenoura, escarola, cebola, tomate e caraota, uma espécie de feijão, perfeito para comer com salada, e lembra o nosso feijão manteiga. Como estávamos com saudades de comer uma saladinha bem feita, caiu muitíssimo bem. Já o prato principal, por se tratar de um restaurante especializado em comida italiana, Roger nos preparou um “tortelloni de espinaca y ricota con chuleleta de cerdo ”, ou tortelloni com espinafre e ricota com postas de carne de porco”, estava simplesmente divino!!!

Para fechar, saboreamos também uma das especialidades da casa, o “quesillo”, parecidíssimo com o pudim de leite aí do Brasil.

Hoje fizemos um diário de comidas e bebidas em homenagem ao Hotel President onde fomos extremamente bem recebidos!

No próximo diário falaremos  sobre a gastronomia da Venezuela. Até lá!

 HOTEIS     ALBERGUES

AGRADECIMENTOS:

HOTEL PRESIDENT

 

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